A Estratégia Política do Presidente: Quarto Movimento

O Presidente sabe que seu adversário nas eleições de outubro será do PSDB. As próprias pesquisas indicam isso. A questão é saber quem vai pro confronto. E o Presidente, com certeza preferia dar o troco ao partido que o derrotou duas vezes seguidas, vencendo Serra mais uma vez. A única variável ainda indefinida é se será Serra o candidato. Por isso, o Presidente calculadamente está adiando sua definição enquanto acompanha o movimento das peças dentro do tucanato. Partindo da premissa que seja Serra, o Presidente já está ganhando aliados, pois uma coisa que não é forte do seu suposto adversário é o cuidado com as palavras. O prefeito de São Paulo não tem muito tato em lidar com audiências e costuma alfinetar impensadamente a esmo. Os setores organizados da sociedade civil já foram cutucados pelo prefeito de São Paulo, quando comparou o governo Lula a uma gestão de ONGs, argumento suficiente para acordar os segmentos organizados de um certo marasmo pelo desempenho decepcionante do Presidente. Outro fator importante no movimento de peças do Presidente é a complexidade que São Paulo representa para Serra. Explorar a qualidade da gestão do prefeito de São Paulo na campanha será material muito farto. Como o tucano herdou uma cidade carregada de dívidas e com problemas insolúveis a curto prazo, não terá muito que apresentar como credencial administrativa. Além do que, como vitrine política do PSDB, São Paulo estado também sofrerá uma exposição política desgastante, encabeçada pelo PT, prncipalmente com a autorização judicial de instalação de CPIs que prometem deixar o Governador Alckmin em posição defensiva. Pior ainda se ele for o candidato do partido. De forma que o Presidente não precisará bater muita boca e nem aceitar as provocações que virão de seus adversários tucanos. A crise do mensalão já deu o que tinha de dar e o perigo de impeachment não existe mais. Entre os demais segmentos da oposição não se vislumbra nenhuma outra força que seja capaz de derrotar o Presidente. Esse quarto movimento de peças no tabuleiro politico de 2006 tem uma relação de causa e efeito com os movimentos anteriores. Será tanto mais eficaz na medida em que o Presidente saia do inferno astral em que se meteu no ano passado.

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