Os Santos Inocentes continuam a existir!


Refletindo neste dia em que se celebra os Santos Inocentes, não posso deixar de reverenciar a memória de todas as crianças e adolescentes vítimas de todas as formas de violência.
Vimos neste ano cenas chocantes de crianças assassinadas pelos opressores na Siria, na Palestina e na África. Vimos uma adolescente atingida pelo Taliban, pelo simples fato de defender o direito de meninas frequentarem uma escola. Vimos o massacre de crianças en Newtown indagar-nos sobre até onde se permite a liberdade da loucura, numa sociedade onde armas são artigos de fácil aquisição. E recentemente temos a luta pela vida de um menina de dez anos atingida por bala perdida no Rio de Janeiro.
Fica então a pergunta: como se pode permitir que nossas crianças e adolescentes continuem à mercê dos distúrbios de uma sociedade que deveria protege-las?
Violência com armas constitui a segunda maior causas de morte ou lesão grave aos menores.
Fico triste pelo fracasso do esforço em se acordar um Tratado Internacional sobre comércio de Armas, buscado pela ONU. Apesar do esforço ecumênico, de Ongs, e de pacifistas, a insensibilidade dos grandes produtores de armas - os Estados Unidos à frente - inviabilizou qualquer avanço para além dos discursos. Apesar de se multiplicar discursos sobre o tema, não se consegue passar para a ação concreta.
Até quando, diante da ineficácia dos governos e o afã por lucros ou mesmo conflitos alimentados pela lucrativa indústria de armas exporão o elo mais frágil de nossa sociedade?
Continuarão nossos inocentes a sofrerem as consequências disto? Continuaremos a assistir o clamor das mães de Ramá? (Mt 2:18)
Que os santos inocentes velem por nós! Como Igreja, devemos assumir o compromisso de proteger os mais frágeis. Que o nosso clamor não seja apenas regado pelas lágrimas de dor pelas inocentes vitimas da violência institucionalizada em nossa sociedade. Que nosso clamor seja como os dos profetas e profetizas: cheio de vigor e de esperança contra os poderosos que assistem insensiveis às tragédias que vitimizam crianças e adolescentes.
Que a memória dos inocentes da palestina do séc I bem como de todos aqueles que perderam suas vidas em razão da violência possa estar sempre presente em nossa mente e coração, para não cairmos na insensibilidade de acharmos que os eventos de Newtown, Palestina, Pakistão e em todos os lugares do mundo são estatísticas apenas desconfortáveis!  

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