Um jugo realmente diferente!




Neste domingo estamos recebendo um convite de Jesus para que encontremos nele descanso e refrigério. O evangelho de Mateus foi uma tentativa de trazer conforto para uma comunidade que estava experimentando perseguição e um exílio forçado após a destruição de Jerusalém. Estresse, medo e falta de confiança eram ingredientes da vida diária.

O caminho retórico desta perícope de hoje começa com uma crítica sarcástica às lideranças religiosas pela sua incapacidade de compreender a manifestação do sagrado. Compreensão esta que está ao alcance das pessoas simples, mais intuitivas, descomplicadas…

Trazendo para a nossa realidade atual, muitas semelhanças são identificadas com aquele contexto dos anos 70-80 do século I, como por exemplo a questão da violência em suas múltiplas expressões.

 A mídia esta dominada por noticias sobre conflitos em todos os lugares praticados por indivíduos, grupos e mesmo Estados, como o caso da guerra na Ucrania ou a violência contra o povo palestino, no Oriente Medio. O ressurgimento do fascismo tem naturalizado os discursos de ódio religioso e racial e não pouco o ódio expresso contra a diversidade a partir de matriz religiosa. 

A descabida manifestação de uma lideranca religiosa de nosso país que recentemente defendeu a eliminação de pessoas LGBT é inconcebível e faz parte dessa construção discursiva machista e fascista que precisa ser enfrentada com o rigor da lei. Até porque é preciso evitar que outros fundamentalistas criem asas para repicar esse tipo de discurso de ódio.

Neste ultimo caso, a palavra de Deus é usada para propagar dogmas, preceitos que nada servem a não ser para gerar culpa, infelicidade e medo. Um jugo que só interessa aos perversos. Exatamente como os líderes religiosos criticados por Jesus a respeito de sua soberba, insensibilidade, incapazes de crer em nada, a não ser no seu proprio umbigo.

É por isso que a verdade de Deus não é revelada a esse pessoal. Só aos simples ela é revelada com toda a sua profundidade. Por isso essa lideranca nao foi capaz de reconhecer quem era enviado de Deus entre João Batista e Jesus. 

Diante disso, Jesus que nos conhece melhor do que nós a nós mesmos, nos convida a descansar n'Ele, por que o seu jugo é suave e o fardo é leve. Ele sabe o que realmente precisamos: descanso ao invés de stress, leveza ao invés de duras cargas, alegria ao invés de dureza de coração. E aí? Estamos dispostos a aceitar esse convite tão especial? 

+Francisco

Excerto do sermão proferido nas Paróquias de St. John’s, em Bath e St. Alban, em Odessa























Comentários

Postagens mais visitadas