Graça sem distinção


Quando se lê a parábola do patrão e dos empregados sob a ótica da meritocracia, ficamos um tanto decepcionado como aqueles primeiros empregados que combinaram um soldo com o seu patrão e que imaginaram que ao fim da jornada receberiam mais por terem trabalhado o dia todo.

 E assim que acontece numa sociedade que quantifica tudo que diz respeito à vida. Tudo está sob o império da valorização. O trabalho, a produção e o empreendedorismo se regem pela logica  do lucro e do mérito, sobrevivendo quem conseguir melhor resolver a equação entre custo e benefício.

Na parábola do dia de hoje Jesus nos apresenta um patrão que age com justiça e com generosidade para quem nada espera. Esta é a logica do Reinado de Deus. A recente experiência vivida  no abraço ao Terreiro de Oxalá Babá, em Uruguaiana, na quinta-feira dia 21 de setembro nos ensina o quanto a graça de Deus é dispensada de forma multifacetada a todas as pessoas e em todas as religiões que se propõem ser ambientes que canalizam essa graça de um Deus ou Deusa de tantos nomes e de tanto amor.

O soldo ajustado com todos os trabalhadores é a justa medida e o patrão ajustou este valor com os da primeira leva. E ele pagou o que foi ajustado. Cumpriu a sua palavra. E foi generoso com aqueles que chegaram depois. Inclusive com esses ele apenas disse que seria justo. 

Todas as pessoas trabalhadoras receberam o salário de um dia inteiro, independente do tempo trabalhado. A graça de Deus é generosa e não faz acepção de pessoas. Quem hierarquiza é nossa sociedade. Por isso existe tanta desigualdade e tanta exclusão. Existem aquelas pessoas que entendem que para merecer a graça de Deus torna-se necessário   "fazer coisas",  mostrar que merecem, como se o Supremo Bem distribuísse estrelinhas por bom comportamento.  Ledo engano de quem assim pensa.

Deus é graça. Favor imerecido que simplesmente sabe do que precisamos. Os últimos trabalhadores entenderam essa graça porque não esperavam tamanha generosidade. Pense sobre isso, meu irmão e minha irmã e lembre-se de quando foi a última vez que você recebeu um favor que não esperava e o seu coração transbordou de alegria!

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