Eleições 2006: Crônica anunciada
Chegamos a junho. Isso significa que estamos a exatos três meses da eleição presidencial.
O quadro que tracei desde o início do ano parece alterado até para mais com relação ao que é probabilisticamente esperado. Isso significa que se nenhum fato fora de controle acontecer, o Presidente será reeleito com relativa facilidade. Até com a possibilidade de ganhar no primeiro turno.
Além das estratégias adotadas desde o inicio do ano, conforme demonstrei em artigos anteriores, surgiram novos fatos que corroboram a reeleição e o mais forte deles é a incapacidade de a oposição construir uma agenda política consensual e programática.
As divergências de egos nos arraiais tucanos e peemedebistas por si só ajudam o Presidente a continuar navegando em céu de brigadeiro.
As CPIs, convertidas em palanque perderam a credibilidade que poderiam ter tido se adotassem realmente uma metodologia mais investigativa dos fatos, do que uma vitrine de ávidos por mídia. Some-se a isso o golpe moral do Congresso, com seus sanguessugas e mensaleiros.
A economia dá sinais de recuperação e o manejo de política salarial do Governo tem sido eficaz. Mesmo a crise com a Bolívia, administrada com cautela não causou estragos à pessoa de Lula.
Resta agora ver como se dará a campanha na midia. E é ai que o Presidente tem seu maior desafio. Não o de imagem, pois é hábil no manejo dela. Mas o de Programa de Governo. Não há dúvidas de que ninguém se elege dizendo apenas que vai continuar o que vem fazendo. Ou, dizendo que o que vem fazendo não tem reparos a serem feitos. O eleitorado espera mais e com certeza não vai aceitar ser subestimado na sua inteligência. Se a oposição não decola por ausência de Programa, o eleitor não será flexível se Lula não apresentar qualquer diferencial.
Resta ver o que vai acontecer. Talvez a grande surpresa desa eleição seja o crescimento da candidata do PSOL. Mas nada que venha a causar estragos para uma reeleição que parece irreversivel.
Comentários
Um abraço
Caetano, ost
E concordo com o Luiz... na falta de outro vai esse mesmo.
Um abraço.
Hermann
Gostei de sua análise. Porém temos que analisar mais as propostas e conteúdos programáticos dos partidos.
Como você já apontou, isto não está sendo feito.
Que tal artigos analisando as propostas lado a lado?
Abraços,
Edmilson Torres