Visitas epifanicas: Tempo de renascer a esperança ainda que dos escombros!

 Advento e Natal são tempos litúrgicos cheios de visitas. Quando se fala na dimensão cultural, isso costuma ser praticado entre famílias, amigos, colegas de trabalho e por aí vai. Algumas visitas até se tornam, em alguns contextos, quase uma formalidade. Ah! sem desprezar a euforia do tal Mercado com tudo isso.

Inclusive até na comunidade eclesial costumam acontecer visitas por causa das festas ou de algo especial. Tem até um vocabulário jocoso que costuma rotular essas pessoas de cristãs natalinas ou pasqualinas. Brincadeiras à parte, quero me referir a um outro tipo de visita. Uma visita que reflete a riqueza e a alegria de um autêntico encontro, que carrega consigo uma bênção que inunda a pessoa visitante e as pessoas visitadas.

Neste tempo adventício podemos lembrar de uma visita extraordinária: a do Arcanjo Gabriel a Maria. Uma visita inesperada, surpreendente!Uma visita que, mesmo sob sincero temor, provocou um acolhimento de quem depositava a sua confiança em Deus. 

E esta primeira visita despertou em Maria o desejo de partilhar a bênção recebida com Isabel. Um encontro de profunda sororidade. Uma visita grávida de esperanças e que gerou uma alegria indizível. É neste contexto que nasce um dos cânticos mais extraordinários da Escritura: o Magnificat. 

Outras visitas se sucederam que envolveram personagens tão distintos que resolveram se encontrar na noite de Natal, fazendo um grande coro festivo, homenageando a criança bendita. Quantos encontros, quanta beleza! Completamente distinta do que vemos hoje em Gaza. Uma vez mais, a comunidade cristã na Palestina não poderá celebrar esta festa, pois um genocídio está em curso. 

Há, sim, escombros e muito luto. Não cabe visitas, pois não há lugares para encontros, nem tetos que acolham as Marias com seus bebês! Chego à conclusão de que precisamos de um autentico encontro com Deus, tenha que nome tiver! Sem esse encontro que exponha o nosso pecado vil e emende a nossa vida, substituindo a violência pelo amor, estamos decretando a falência da humanidade.

Que a criança divina nasça teimosamente nos escombros de 2023 e que esse nascimento seja o renascimento de uma nação inteira, como nos fala Ezequiel. Oro por isso. E que os poderosos desse mundo sejam, finalmente despedidos de mãos vazias!!

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