Mais um vida trans que se vai na maré da violência!

Hoje Santa Maria amanheceu manchada de sangue e com a face envergonhada pela atrocidade cometida contra Veronica Oliveira Webber, conhecida como Mãe Loira. Ela foi morta a facadas nesta madrugada. Ela, uma mulher Trans e liderança LGBT da cidade, conhecida pela sua incansável militância em defesa da vida de travestis e transexuais. As circunstancias de mais este crime são sempre as mesmas: ódio contra a diferença!

Mas o Brasil de nossos tempos não foi e não é um lugar seguro para ela e para tantas outra pessoas que são estigmatizadas por uma sociedade hipócrita, dominada pelo preconceito e a violência simbólica da gênero.

E isso me dói profundamente, como bispo, como cidadão e como militante de direitos humanos. Quando hoje no jornal televisivo de um grupo de comunicação do Rio Grande do Sul vejo o comentarista anunciar, quase em tom festivo,  que o número de homicídios diminuiu no estado fico a me perguntar: para que segmento diminuiu esta estatística? Porque, para o segmento das pessoas LGBT e para as mulheres isto não é realidade que se venha a comemorar!

Conheci Mãe Loira em um dos encontros do PSOL em Santa Maria. Exatamente na ocasião da apresentação do relatório da Comissão Especial para Análise da violência contra a população LGBT. Ali estava ela lutando por justiça porque recém duas de suas amigas haviam sido assassinadas em circunstâncias que apontavam para dois crimes de ódio, cometidos num espaço de 24 horas.

O Brasil é o país que mais mata pessoas travestis e transsexuais no mundo. E esta prática tende a ser cada vez mais autorizada pelo contexto de apologia à violência em que vivemos como sociedade. Um governo que persegue minorias, militantes de direitos humanos, que se alicerça em um racismo institucional e que encara pretos e pobres como criminosos. É preciso resistir! É preciso mobilizar forças para este enfrentamento!

Verônica, Presente!! Que tua vida alimente as nossas para que digamos com coragem: vidas Trans importam! Vidas LGBT importam! Vidas negras importam! 

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