A comunidade ideal

 


Celebramos neste domingo uma festa litúrgica que, diferente das demais, não pode ser compreendida a não ser pelo amor. A festa da SS Trindade é o coroamento do período Pascal, onde se conectam três importantes elementos da economia divina: a criação, a redenção e a santidade. Deus nos criou para vivermos a plenitude da vida. Ao se revelar a nós, ele expressa o desejo de que a Criação pudesse viver uma economia harmônica, tal como expressa no Jardim do Éden, onde Deus caminhava pelo jardim e se dava a conhecer sem qualquer máscara. (Gn 3)

Essa relação foi quebrada por exclusiva escolha do ser humano e isso foi catastrófico. A quebra gerou desarmonia, e estabeleceu uma barreira que precisava ser transposta. Jesus veio transpor esta barreira e o preço desta transposição foi o oferecimento de seu próprio corpo como expiação pelos pecados de todo mundo. Celebramos a consumação desta maravilha na Ressureição gloriosa do Senhor que representa a nova Criação!

Sabendo das limitações do seu povo e para não correr mais o risco de uma nova catástrofe, veio o Espírito Santo para nos ajudar a manter o compromisso com esta nova e auspiciosa economia divina. Ele é a ventania que nos inunda de dons/carismas necessários para revelar ao mundo o seu amor.

Aliás, este amor é o que qualifica a SS Trindade. Formas distintas de expressar o mesmo amor, juntos no princípio de tudo, partilhando a maravilha da Criação, sentindo juntos a alegria de tão maravilhosa beleza e harmonia. Também sentindo juntos a dor da quebra da harmonia e a consequente transformação da qualidade das relações entre os seres, dominados pela violência, exploração e uso abusivo do poder. Diga-se de passagem, lideradas estas ações pelo gênero humano. Juntos no doloroso sacrifício oferecido pelo Filho de Deus, que se ofereceu também em meio a um jardim, para completar a obra redentora.

Certamente a festa de Pentecostes tem esse caráter pedagógico e anamnético de nos lembrar que precisamos viver a plenitude do amor. Sem ele, fica difícil usufruir plenamente os frutos da ação destas divinas pessoas na nossa vida como indivíduos e como coletividade. Nos somemos como um quarto elemento a esta santa e eterna Trindade para vivermos a plenitude da vida!


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