Dia Internacional contra o tráfico de pessoas



Hoje se celebra o Dia Internacional contra o tráfico humano, uma das mais vergonhosas facetas da natureza humana que submete crianças, mulheres e homens à escravidão, à exploração sexual e ao definitivo desenraizamento cultural e emocional.

O começo dessa chaga vergonhosa reside na vulnerabilidade econômica de suas vítimas. O padrão, o método e a implementação apenas muda de geografia, mas repete  mesmo modelo do movimento escravagista posto em voga pelas nações colonizadoras da África e das Américas entre os séculos XVI e XIX.

Se naquele período o interesse era recrutamento de mão de obra barata, hoje o cenário se apresenta com uma complexidade muito maior. O tráfico humano hoje representa um grande negócio para quem o explora. Segundo fontes da ONU, esta cifra pode chegar a 40 bilhões/ano. A repressão policial contra esse tipo de crime é dificultada pela mobilidade de seus patrocinadores e a capacidade se manter muitas vezes anônimos, agindo por entre empresas e/ou grupos com fachadas de legitimidade e negócio lícito.

Como sempre, as maiores vítimas são as mulheres. Segundo dados da ONU 72% das vítimas são mulheres e meninas, geralmente destinadas para a indústria do sexo. Quando não destinadas para o segmento de exploração sexual, elas junto com os homens e jovens são destinados para o trabalho escravo onde permanecem eternamente cativos aos agentes, pagando por sua própria sobrevivência, como, por exemplo, assisti pessoalmente em alojamentos de trabalhadores em Dubai, em 2016, numa das mais terríveis e estarrecedoras experiencias de minha vida.

Acham que o Brasil está livre dessa chaga? Não. Apesar das iniciativas oficiais de combate a esse tipo de crime, há um crescimento de ocorrências, tendo sido monitorado no ano de 2016 cerca de 3 mil casos. Certamente este número não representa toda a realidade por diversas razões: desconhecimento das pessoas sobre o tema, o medo das vítimas de sofrerem retaliações e a própria dificuldade de definir um padrão de tipificação claro e racional do problema.

Conclamo aos irmãos e irmãs a estudarem e pesquisarem sobre este tema que tem sido causa de muita dor, alienação e exploração de pessoas no mundo inteiro. Na conjuntura brasileira de recessão, desemprego e redução de políticas sociais, o cenário aponta para o crescimento desse problema e um sério desafio pastoral que se coloca para a Igreja. Uma boa fonte de estudo e pesquisa é a página da Organização das Nações Unidas (https://nacoesunidas.org/mpt-onu-brasil-e-parceiros-lancam-campanha-todoscontraotraficodepessoas/https://nacoesunidas.org/mpt-onu-brasil-e-parceiros-lancam-campanha-todoscontraotraficodepessoas/) , além de trabalhos e pesquisas acadêmicas que podem ser acessadas via internet.

Todos e todas contra o tráfico de pessoas!



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