Infância é para sonhar!



"Se alguém fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, seria melhor que fosse lançado no mar com uma grande pedra amarrada no pescoço.
Lembrando-me destas palavras de Jesus fico a imaginar em quanto nossa sociedade e nosso sistema não levam a sério esta expressa recomendação dele. Neste dia mundial de enfrentamento a esse grave crime, venho trazer à tona a necessidade de nossa Igreja assumir mais firmemente a defesa de que nossas crianças vivam plenamente o direito à brincar, a sonhar e construir laços afetivos que as prepare para se tornarem cidadãs plenas, saudáveis e criativas.

No Brasil, segundo dados do MP do Trabalho, entre 2014 e 2018, foram apresentadas 21 mil denúncias de trabalho infantil. Considerando que, em muitos casos denuncias nem chegam a ser formalizadas, este número alcança proporções realmente preocupantes. Os danos emocionais e intelectuais decorrentes do trabalho infantil podem se tornar irreversíveis no processo de socialização dessas crianças.

Na conjuntura econômica que se vive hoje, com o recrudescimento da pobreza no Brasil, é preciso ficar atento para o aumento do número de crianças trabalhando, já que há uma direta relação entre uma coisa e outra. Além do que, para o mercado, com  lógica de menos custo gerar mai lucro, fica mais fácil explorar o trabalho infantil.

Há uma variável que precisa ser combatida para impedir que essa aberração seja ampliada em nossa sociedade: o mercado está cada vez mais cruel no uso das ferramentas de estímulo ao consumo. Dentro deste espectro, as crianças são vitimas de todos os estímulos de consumo assim como seus pais, gerando uma pressão econômica que cria a necessidade de antecipação da chamada vida economicamente ativa.

A Igreja precisa assumir sua responsabilidade de combater qualquer processo de estímulo ao trabalho precoce, assumindo  a plenitude do que Jesus tão veementemente nos ensinou. As crianças precisam ser acolhidas e respeitadas em seus direitos. Nada deve ser exigido delas que venha a provocar uma "adultização" precoce que altere negativamente o seu processo de amadurecimento emocional e social. Como bem nos lembra o lema deste ano da Campanha de combate ao Trabalho infantil: Infância é para sonhar!!

+Francisco, Santa Maria


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