Degradação do trabalho: denúncia contra a C&A

Por trás dos atraentes preços de seus produtos, muitas vezes ao alcance das classes C e D, algumas lojas de marcas escondem práticas realmente condenáveis. A exploração do trabalho de imigrantes, ou mesmo de jovens e crianças, algumas vezes até mesmo detentos, constuituem uma prática bastante usual para fugir às implicações legais, à formalização de relações trabalhistas e seus compromissos sociais.
Fiquei estupefato com uma denúncia trazida à tona pelo Observatório Social e o jornal Brasil de Fato de que a famosa loja C&A, da qual já fui cliente, explora, através de malharias clandestinas, o trabalho de inúmeras mulheres em São Paulo. Principalmente imigrantes, originárias da Bolívia e outros países latino americanos, geralmente em situação irregular e completamente dominadas pelos chamados "coiotes" - grupos que intermediam imigração ilegal no país - os quais as submetem a regime de semi-escravidão. Essas mulheres recebem míseros R$ 0,20 por peça de roupa, o que as obriga a trabalharem até 16 horas por dia para poderem ganhar um pouco mais.
Essa denúncia é muito grave e precisa ser apurada com toda seriedade. A sociedade brasileira não pode se calar diante dessas violações de direitos trabalhistas e continuar contribuindo para o faturamento milionário de empresas que se locupletam à custa da degradação do trabalho de quem quer que seja.
Cadê a fiscalização dos órgãos que regulam as relações de trabalho? Porque isso não é apenas um caso isolado. Existem denúncias e denúncias cotidianamente e não se vê resultados concretos. O fato de envolver imigrantes ilegais também exige uma fiscalização mais eficiente das levas de imigrantes que entram no Brasil contratados por "coiotes" para se submeterem a regime de trabalho semi-escravo. É a contrapartida brasileira do que fazem com os nossos irmãos lá fora.
É hora dos consumidores brasileiros darem um basta a essas empresas que exploram o trabalho de fora degradante. Espero que a garota propaganda da C&A, Gisele Bundchen assuma uma posição clara com relação à marca que ela divulga. Saia dessa Gisele, seu nome não pode ficar associado à exploração do trabalho. Chega de enriquecer quem explora o trabalho e degrada a vida dos outros!

Comentários

Anônimo disse…
Prezado Reverendo
De fato, é assustador que essas coisas aconteçam.
Não há fiscalização... aliás, sabemos que não é só a C&A...
Multinacionais exploram a mão de obra na Ásia; é terrível saber que isso acontece no Brasil.
Não compro, nunca comprei e não comprarei na C&A, como não compro produtos Nike, não vou ao McDonalds ou Pizza Hut...
Parabéns pela coragem em postar a denúncia.
Anônimo disse…
Quero fazer uma denúncia com relação e esta empresa,sou funcionário dela,e lá,além da carga de horário massante a que somos submetidos,trabalhando sob uma tortura pscológica constante,somos obrigados a trabalhar em nossos horários de descanso.Nossos supervisores e gerentes nos cobram propostas de cartões preenchidas(cartão c&a),trazidas de casa,feitas em nosso horário de folga.
É um absurdo,além de trabalharmos em nosso horário de trabalho,temos que trabalhar fora dele,para garantir a expansão imperialista da c&a!
Passem a denúncia adiante,e se alguém conseguir,passe-a ao ministério do trabalho,pois,já tentei ligar pra lá,mas não consigo falar com eles.
E quando vc for fazer compras nessa conceituada multinacional,lembrem-se do que postei aqui,e reflita sobre o que vc é,pense sobre qual é o seu papel nessa sociedade capitalista em que nós vivemos.
meu email de contato é:
eltinho_santiago@hotmail.com
Podem me contatar para esclarecimentos.
Anônimo disse…
Pois é reverendo, isso é um problema da cadeia produtiva do varejo como um todo e não podemos deixar que essas coisas continuem acontecendo. Mas parece que a C&A já está se mexendo contra esse problema. Tem uma empresa de auditoria para ficar no pé dos seus fornecedores, suspendeu contrato com quem subcontratou os imigrantes ilegais, e tá fazendo parceria com umas ONGs que fazem a legalização dessas pessoas. Parece que pelo menos tem gente se importando com o problema e procurando uma saída. Vamos ficar de olho!

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