Eleições 2006 e o tapetão


Desde meu último post, no qual relatei o quarto movimento de peças no jogo das eleições deste ano, a conjuntura parece se confirmar mais e mais na direção das minhas teses.
As pesquisas eleitorais revelaram um avanço da preferência eleitoral do Presidente, coisa impensável em dezembro.
O desgaste do Parlamento, com uma convocação extraordinária sem trabalhos pelo menos até a segunda semana de janeiro, deslocou ainda mais o foco da opinião pública sobre deputados e senadores, muitos dos quais tinham se transformado em profetas de moralidade nas sessões das CPIs.
Não podia acontecer coisa melhor para aliviar a pressão sobre Lula. Como se não bastasse ventos mais favoráveis, o jogo agora tem um novo adicional de dificuldade para a oposição: o ingresso em cena do Poder Judiciário. As recentes decisões do STF sobre pedidos de quebra de sigilo de acusados de participar de operações financeiras do chamado valerioduto - contrariando os interesses da oposição - ainda dará muito o que render.
A oposição acusa o Judiciário de interferir na autonomia do Legislativo. Essa é uma tese discutível. E, para espanto de quem olha de fora, a mesma oposição tenta usar o judiciário eleitoralmente através de interpelações ao Presidente, por seus discursos de inaugurações e lançamento de programas. Interessante o argumento de que o Judiciário fere a autonomia do Legislativo, quando por outro lado desejam que o Executivo seja silenciado.
O que fica claro é o que falei no quarto movimento: a oposição está dando sinais de que não tem estratégia muito segura e inteligente. O tapetão se torna um campo de combate, ao invés do tabuleiro! E é exatamente essa estratégia que pode levar a uma nova derrota política.

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